Vitoria Moda 2018
Semana de Moda Capixaba
No final da tarde de terça-feira (31.07.18), surgiu a elegante Luiza Sobral no 9º andar do Edifício Findes, distribuindo sorrisos e simpatia ao cumprimentar o público que aguardava para assistir a sua palestra “Mídia e Influenciadores no Mercado da Moda”, integrante da programação do segundo dia da edição 2018 da semana de moda capixaba, Vitória Moda.
Com a segurança de quem ama o que faz, Luiza contou sobre sua paixão pelo mundo digital, sobre moda nacional e mundial e sobre o seu lado business como influenciadora de marcas de moda, em um auditório lotado. Foram 650 inscrições para 300 lugares e 1h20 de troca de experiências com empresários, profissionais, estudantes e internautas não apenas do Espírito Santo, mas de diversas partes do país.
Formada em Marketing pela ESPM-RJ, com MBA em Marketing Digital na FGV e cursos de especialização em Paris na Universidade La Sorbonne e Fashion Marketing no Instituto Marangoni, Luiza já atuou como designer ema agência francesa; em Milão, trabalhou para marca italiana e no Rio de Janeiro foi responsável pelo marketing e e-commerce de uma das principais multimarcas de luxo carioca. Mas, quando viu a oportunidade de seguir carreira como blogger, mudou totalmente seus rumos profissionais.
“Digital Influencer é o assunto do momento. Todo mundo está focando nisso. É uma profissão que mudou muito com o mercado. Eu comecei a fazer o blog, numa época em que era hobby. Eu ia morar em Milão, trabalhar em uma marca de sapatos e montei o blog com duas amigas, uma coisa super despretensiosa. As meninas acabaram não continuando, mas eu trouxe isso de volta comigo para o Rio, porque eu gostei demais. É o que sempre digo para quem quer seguir por esse caminho: tem que gostar de verdade, correr atrás, tem que ter persistência. Às vezes, não funciona de primeira mesmo. Eu comecei em 2011, em uma época que estava focando em marketing digital, meu sonho era trabalhar com isso. Eu não sabia que ser blogueira iria virar uma profissão, era algo muito novo”, contou.
Em 2014, com o boom do Instagram, ela viu a oportunidade de transformar sua participação nas redes sociais em algo rentável.
“Foi quando eu tive que sair do trabalho para atender algumas marcas de moda que queriam fazer uma parceria e que não sabiam como funcionava ainda, como fazer o approach. Comecei a trabalhar de freela, prestando consultoria para algumas marcas e comecei a focar no blog”, relembra.
Sobral dá uma dica valiosa para quem quer seguir carreira como digital influencer. “As pessoas têm que ter em mente: ‘eu não preciso que seja a carreira da minha vida’. Vai fazendo sem vergonha, sem a pulga atrás da orelha. É muito legal ter toda essa tecnologia a sua mão, você precisa apenas de um celular para produzir conteúdo”, relatou.
Confira algumas dicas bacanas da palestra de Luiza Sobral:
:: Certo ou errado?
“Não tem trajetória certa ou errada. Você deve fazer as coisas de acordo com o seu background, com o que faz parte do seu dia a dia, da sua história de vida e aí você vai criando o ‘para frente’. Talvez, você descubra algo que é novo. Você vai criando.
:: Influencer como negócio
O Influencer Marketing hoje em dia já é considerado um departamento dentro das empresas. O Addweek publicou em janeiro deste ano, que esse mercado hoje gira em torno de US$ 2 milhões, mas vai chegar a US$ 10 milhões em 2020. Já é um mercado.
:: Impacto das influenciadoras
Antigamente, você podia ter só o blog e uma quantidade grande de seguidores, e com isso a marca te contratava. Hoje em dia, as marcas querem retorno, se essa parceria vai se converter em vendas. Tem que ter engajamento e tem que ter vendas. Está todo mundo de olho nas métricas.
:: Qualidade maior que quantidade
A quantidade de seguidores não é o que dita regra. A qualidade de conteúdo é o que conta na hora de se contratar uma digital influencer. Tem que ter muito engajamento, mas tem que ter qualidade. Assim, vai se ganhando curtidas e comentários naturalmente, ganhando confiança, mais espaço. Muitas marcas internacionais já têm essa mentalidade. Aqui no Brasil, as marcas estão começando a entender isso.
:: Micro-influenciadoras
Às vezes, a marca contrata uma blogueira e o retorno não é bom. Mas, o problema pode não ser ela. Talvez, a marca deveria ter contratado uma blogueira de nicho. Uma com menor visibilidade, mas que estará falando do seu mercado, para o seu público. Essa são as micro-influencers. Elas falam com um grupo muito próximo. Consegue responder, ver comentários, responder dúvidas, dar like e atinge nichos de mercado.
:: Naturalidade
Pensa em algo que você gosta e vai com isso. Não importa se está de acordo com as pessoas vão gostar. Você tem que gostar e aí as marcas vão atrás de você. É importante que venha de dentro, que seja de verdade.
:: Storytelling
Passou à época que você contratava uma blogueira, ela fazia o look do dia e acabou. As pessoas querem ver o por trás, ver a história, a parte de verdade que o look do dia não conta. Tem que ter o look, mas tem que ter a relação com a marca, visitar a marca, a fábrica. É legal quando a gente encontra o link da gente com a marca. As pessoas estão cada vez mais em busca de marcas que tem alguma coisa a mais para falar.
:: Pilares para colocar a imagem nas redes
Não há fórmulas. Digital Influencer é uma profissão espontânea. Ninguém que começou pensava: vou ter sucesso com isso. É natural, faz porque gosta do que está fazendo. O importante é ter um conteúdo bom, falar sobre coisas interessantes; precisa ter embasamento para abordar temas; suas redes sociais têm que estar conectados. É um trabalho que requer uma identidade visual. A blogueira é mil coisas: é a stylist, a maquiadora, a fotógrafa. É multi, tem que estar pronta para fazer qualquer coisa. É preciso ter muito engajamento, e isso não é apenas ter muitas pessoas, é preciso trazê-las para perto. A comunicação das marcas, hoje, não é mais uma via de mão única. É preciso conversar com o seu público, estar pronto para respondê-lo.
:: Planejamento
Tem que ter planejamento. Diário, semanal, mensal, anual. Pensar todos os eventos, todos os posts. Qual mídia tem mais a ver com qual situação. Uma marca que não tem uma equipe muito grande para cuidar de muitas mídias, precisa selecionar em qual estará. Tenha constância onde você consegue estar. Tenha importância nessa rede e esteja lá respondendo seu público constantemente.
:: Vida Real em alta
Não digo que seja uma tendência, mas é algo que está virando uma chavinha na cabeça das pessoas de forma natural: ninguém quer ver mais o que é perfeito. As pessoas cansaram, elas querem ver o que é real, o que está acontecendo de verdade. A espontaneidade está vindo à tona agora. Se você tem transparência e mostra o que está acontecendo na sua vida real, e se você tem comprometimento e profissionalismo, já é uma fórmula incrível para você seguir.
As marcas usam muito os influenciadores para e humanizarem. Ganhar uma forma. O consumidor se identifica com a marca por meio do influenciador que está fazendo essa divulgação. Hoje em dia não são apenas as marcas que passam uma mensagem para o consumidor, elas não são mais o único canal. Os influenciadores pegam essa mensagem e também transmitem para as pessoas. E isso fica mais verdadeiro.
Por Fiorella Gomes / Sistema Findes